Uma reportagem publicada pelo site Bahia Notícias (BN) provocou intensa repercussão no cenário político da Bahia. O conteúdo aponta que o deputado estadual Marcone Amaral (PSD) teria destinado cerca de R$ 393,8 mil em recursos da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) para a contratação de empresas classificadas pela publicação como “de fachada”, supostamente ligadas a laranjas, com a finalidade de divulgar ações parlamentares.
Segundo o BN, os repasses teriam ocorrido de forma mensal, no valor aproximado de R$ 35,8 mil, distribuídos entre duas empresas sediadas no município de Jaguaquara, no interior do estado. A matéria ainda levanta questionamentos sobre possíveis vínculos entre os responsáveis pelas empresas contratadas e lideranças políticas da região.
Mais do que o teor das acusações, o que tem chamado atenção nos bastidores é o momento da divulgação da reportagem. Coincidentemente, o material veio a público um dia antes da eleição para a presidência do Esporte Clube Vitória, processo no qual Marcone Amaral é citado como figura influente nos bastidores do clube.
A proximidade entre a publicação da matéria e o pleito interno do Vitória levantou questionamentos sobre uma possível motivação política por trás do timing da divulgação. Para aliados do deputado, a coincidência gera dúvidas se o objetivo seria apenas informar ou também desgastar a imagem de Marcone Amaral em um momento estratégico.
Especialistas ressaltam que toda denúncia deve ser apurada com rigor, transparência e respeito ao contraditório e à ampla defesa. Ao mesmo tempo, o debate sobre o contexto e o momento de determinadas publicações também se mostra legítimo, sobretudo quando envolvem personagens públicos em fases decisivas de suas trajetórias políticas ou institucionais.
Diante disso, permanece a indagação que ecoa no meio político baiano: trata-se apenas de uma coincidência jornalística ou de uma tentativa deliberada de interferência no jogo político?
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