Entenda como fica a situação dos trabalhadores dispensados, principalmente, os que possuíam contratos terceirizados
Após um século no Brasil, a Ford pegou o governo da Bahia de surpresa na segunda-feira, dia 11 de janeiro, ao anunciar o encerramento das atividades da fábrica em Camaçari. A marca, que fechou 2020 como a 5ª que mais vendeu carros no país, com 7,14% do mercado, manterá na Bahia apenas o Centro de Desenvolvimento de Produto. Já o campo de provas e sua sede administrativa para a América do Sul continuarão no estado de São Paulo. Além de Camaçari, as montadoras que a empresa mantinha em Taubaté (SP) e Horizonte (CE) também serão descontinuadas.
Segundo o presidente da Ford na América do Sul, Jim Farley, a saída da fábrica se justifica pela instabilidade e incerteza econômica do país por parte do governo federal, trabalhadores, fornecedores e toda a sociedade devido a pandemia de coronavírus, que impactou diretamente no encerramento das atividades da Ford no Brasil, visto que o cenário provocou ociosidade da indústria e redução das vendas.
Embora a situação institucional e econômica do país seja preocupante, o presidente da Associação dos Advogados Trabalhistas da Bahia (ABAT), advogado André Sturaro, relembra que o Brasil já vivenciou momentos drásticos como a hiperinflação nos anos de 1980 e, nem por isso, a montadora desmobilizou instalações. “A Ford recebeu inúmeros benefícios para se instalar na Bahia, sem falar dos incentivos fiscais concedidos pelo governo estadual ao longo de 3 décadas e o empréstimo de 3,5 bilhões a juros abaixo da média de mercado. A empresa ainda possui um passivo de 335 milhões, cuja contrapartida para a benesse dos juros tinha a ver com geração e garantia de empregabilidade e outros projetos sociais”, esclarece o advogado.
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